Delação de Mauro Cid Revela Divergências entre Flávio e Eduardo Bolsonaro sobre Golpe de Estado
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revela em delação premiada que Flávio Bolsonaro se opôs a um golpe de Estado, enquanto Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro apoiaram a medida.
2/19/2025


Foto: Pedro França/Agência Senado.)
Divergências entre os Filhos de Bolsonaro sobre Golpe de Estado
Em delação premiada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou que os filhos do ex-presidente tinham posições divergentes após a derrota nas eleições de 2022. O senador Flávio Bolsonaro posicionou-se contra um golpe de Estado, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro apoiaram a ideia.
Grupos Internos e Suas Posições
Segundo Cid, havia três grupos distintos no entorno de Bolsonaro:
Conservadores: Incluindo Flávio Bolsonaro, defendiam aceitar o resultado eleitoral e que Bolsonaro assumisse a liderança da oposição.
Moderados: Reconheciam abusos jurídicos, mas acreditavam que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições.
Radicais: Divididos em duas alas, uma buscando evidências de fraude nas urnas e outra, mais extrema, defendendo um golpe de Estado por meio de um decreto presidencial. Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro estavam entre os mais radicais.
Influência sobre Jair Bolsonaro
A delação indica que o grupo radical acreditava que, ao ordenar um golpe, Bolsonaro teria apoio popular e de grupos armados civis, conhecidos como CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores). Essa divisão interna refletiu-se nas ações e decisões do ex-presidente durante o período pós-eleitoral.
Implicações Legais e Políticas
As revelações de Mauro Cid acrescentam complexidade às investigações em curso sobre as tentativas de subverter o processo democrático no Brasil. A exposição dessas divergências internas pode influenciar futuras ações legais e o cenário político envolvendo a família Bolsonaro e seus aliados.